Filho de Mourão é promovido a assessor especial do presidente do Banco do Brasil

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Antonio Hamilton Rossell Mourão, filho do vice-presidente Hamilton Mourão, foi promovido a assessor especial do novo presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes. O novo cargo do filho de Mourão, que trabalha na instituição há 18 anos, renderá cerca de R$ 30 mil por mês.

A nomeação foi confirmada pelo BB, que ao fazê-la destaca que o cargo está previsto no estatuto da instituição e de livre provimento de seu presidente. O filho de Mourão há 11 anos já atuava como assessor da diretoria de Agronegócios do banco. Agora, vai auxiliar Neves em questões do setor.

Novo presidente deverá vender ativos do BB
Novaes também confirmou que irá vender parte dos ativos da instituição e afirmou estar livre do drama que antes contrapunha o interesse dos acionistas minoritários e do governo. “A concorrência que se cuide”, afirmou.

“Entendemos que alguns ativos do banco não guardam sinergia com suas atividades principais e, nestes casos, realmente consideraremos os desinvestimentos”, disse Novaes durante a cerimônia de transmissão do cargo, na sede do banco, em Brasília. Ele não detalhou quais ativos seriam diluídos.

Novaes destacou a necessidade de a participação em determinadas atividades desempenhadas pelo banco ser diluída. “O ministro [da Economia] Paulo Guedes tem falado comigo sobre esse tema” afirmou.

“O que se pretende para algumas atividades lucrativas, que se valem da força do banco para prosperar, é a abertura para o mercado de capitais e a busca de parceiros complementares, sempre buscando destampar e evidenciar valores antes despercebidos ou desconsiderados nos registros contábeis”, disse ele.

Em uma cerimônia que contou com a presença do vice-presidente Hamilton Mourão e do ministro Paulo Guedes, a quem chamou de amigo de longa data, o novo presidente do BB destacou que assume o cargo livre de interferências indevidas do mundo político. Rubem Novaes substitui no cargo a Marcelo Labuto.

“Sendo empresa de capital aberto, mas com o controle da União, nem sempre foi harmoniosa a relação dos acionistas privados com o controlador [governo]”, disse Novaes. “Estou livre deste drama, pois o mandato que recebo eh plenamente compatível com o interesse os minoritários”, afirmou.

Sintonia

Em seguida, o ministro Paulo Guedes repetiu pontos que já havia levantado na cerimônia da posse de Novaes, mais cedo no Palácio do Planalto, afirmando que o governo deve, sim, promover distribuição de renda e programas sociais, mas sem comprometer a rentabilidade dos bancos públicos.

Guedes também condenou o aparelhamento de instituições públicas por interesses particulares que teria ocorrido no passado. “O aparelho de estado brasileiro foi ocupado, e cada um foi lá, cada grupo de interesse, cada grupo corporativo foi lá e pegou um pedaço, pegou uma teta. Sempre perguntando: ‘ que eu posso tirar do Brasil?’ Nosso grupo tem a mentalidade que é o contrário: o que nós podemos dar ao país?”, disse Guedes.

O ministro aproveitou a ocasião para negar ruídos entre os membros do governo. “Todo mundo acha que há discussão entre nós, uma briga. Somos uma equipe muito sintonizada”, afirmou.

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